Monday, April 09, 2007


System Of A Down - System Of A Down


O System Of A Down é a banda de New Metal mais respeitada da atualidade . E o que elevou a banda a esse patamar , foi o seu enganjamento político ( que fez com que a banda fosse considerada por alguns como a substituta do Rage Against The Machine ) e a sua sonoridade única , que mistura Hardcore , música folclórica armênia , várias vertentes de Metal ( Thrash , Heavy , Rap-Metal , etc ...) , e o experimentalismo do Mestre Frank Zappa .

Para que se entenda a originalidade e a importância da banda para o atual rock pesado , é preciso que se ouça o Album System Of A Down (1998) sua obra-prima de estréia . O disco já traz todo o som diferenciado e o engajamento político que virariam marcas registradas da banda .

Trata - se de um disco tão bom que fica difícil destacar apenas algumas músicas desse disco aqui . Mas eu vou tentar : A faixa Sugar , com seus vocais debochados , e suas diversas mudanças de andamento é de cair o queixo , e a música equilibra melodia e peso com maestria ; Spiders , a única balada do disco é densa , sombria , e arrepiante como poucas músicas dos últimos anos ; A psicodélica Mind , cuja letra fala sobre o controle mental á que a população americana é exposta desde a infância , pelo sistema educacional e a mídia ; e a cínica Peephole que mistura Metal com uma melodia no estilo dos clássicos musicais da Brodway , para falar sobre maconha .

Esse disco já apresenta de forma genial a fúria e o deboche que seriam marcas registradas da banda . É um disco denso , sincero e sem dúvida , um clássico do Metal e do rock modernos .


Alexander Ribeiro

Sunday, April 08, 2007


Cássia Eller Acústico MTV

(2001- Cássia Eller)


Um disco que começa com um clássico da música romântica francesa e termina com um clássico do rock brasileiro, sendo que pelo caminho passou pelo samba, blues, rap, mpb, flamenco e pop, não é para qualquer um. Este é um belo resumo da carreira de Cássia.

Sua performace acústica esta excelente, mas não é um décimo de sua versão elétrica e ao vivo (quem já assistiu uma apresentação da cantora deste modo sabe do que estou falando). Os arranjos de sopros e cordas são precisos, casando-se muito bem com a suavidade de seu canto, propositalmente feito, mas ela não conseguiu esquecer-se dos gritos, que mesmo suavizados são densos demais. A percussão é bem variada, destacando-se as alfaias e cajóns (Cássia adorava este instrumento). Há um pouco de muito: Cazuza, Riachão, Chico Buarque, Nando Reis, Renato Russo, Beatles, Mutantes, Nação Zumbi, Gilberto Gil... Que disco!

Como todos sabem, a cantora engoliu areia quando criança e por isso tinha aquela voz grave, rouca e tão bela, que junto da sua presença de palco, tornou-se uma característica sua. Poucos sabem gritar e depois sussurrar como Cássia.

Enfim, este Acústico MTV é um bom começo para quem quer conhecer os outros discos da cantora, pois nele há várias de suas fases e manias. Esta nasceu só para isto, esta tinha o coração na voz.

Ouça: Todo Amor que Houver Nesta Vida, Vá Morar com o Diabo e Quando a Maré Encher


Estaine Alencar


Canta, Canta Minha Gente

(1974- Maritnho da Vila)


O samba agonizava mas não morria. E foi Martinho da Vila quem deu um verdadeiro fôlego ao gênero com seus discos e é do seu grande e sexto trabalho que quero falar.

Canta, Canta Minha Gente é um retrato fiel deste magnífico cantor e compositor fluminense, que faz gosto em ser um artista popular no melhor sentido do termo. Aqui Martinho passeia em várias vertentes do samba: partido-alto, samba-canção, samba-enredo, calango-samba, samba-de-quadra, aproximações com a bossa-nova e pontos de umbanda. Quando se pensa em samba, fala-se em: pandeiro, cavaquinho, cuíca, agogô... Porém neste trabalho são acrecidos diversos intrumentos não originais do samba: acordeom, viola caipira, gaita, piano elétrico, banjo, baixo, bateria, harpa e oboé. Os temas são sobre as coisas que mais seduzem o compositor: a boemia, a miscigenação, a sensualidade, o romantismo, a língua-portuguesa e o nacionalismo. Tudo transmitido pelo seu jeito dengoso e preguiçoso de cantar (também, depois de um engradado de cerveja, duas garrafas de cachaça e um maço de cigarros, não dava para cantar de outro modo).

Um disco descontraído, para se ouvir tranqüilo, na paz, em casa ou na praia... Salve este talento que é Martinho da Vila.

Ouça: Disritmia, Dente por Dente e Renascer das Cinzas


Estaine Alencar

A Peleja do Diabo com o Dono do Céu
(1978- Zé Ramalho)
Muitos lembram do disco pela capa, nela há o encontro do cantor com uma das grandes personalidades do cinema nacional: o terrível e temido Zé do Caixão. É certo que o músico paraibano não venceu somente pela beleza, mas também por um talento raro, capaz de misturar Bob Dylan, Luiz Gonzaga e o Apocalipse no mesmo disco.
Crítica à um sistema político-social decadente na maioria das músicas, Zé comenta esta situação caótica abusando das linguagens que adora: a mitologia, o misticismo e a tecnologia. Eis esta poesia de cactos e chips, cantada por uma voz tal qual o ressurgimento de um trovão enclausurado numa caverna da Galiléia e que ecoa nos dias de hoje.
Violões de 12 cordas, viola, violino, zabumba, triângulo, guitarra elétrica e letras incomuns fazem do disco uma obra-prima. A música "Admirável Gado Novo" originalmente deste disco, voltou a ser sucesso quase vinte anos depois e o profeta Zé Ramalho reapresentado aos mais jovens. Experimente!
Ouça: Falas do Povo, Garoto de Aluguel e a faixa-título.
Estaine Alencar


Roberto Carlos
(1971)

Esqueçam o Rei de azul e branco, das tantas emoções e dos seus famigerados especiais para a tv. Em 71, o artista considerado um rei não pelos críticos, mas por quem na época na maioria das vezes consumia música somente pelo rádio, pode justificar sua fama.
Neste disco as músicas de cunho existencial se destacaram e até as românticas eram mais maduras. Belas melodias, ótimos músicos, arranjos precisos, voz suave e letras muito bem feitas com seu parceiro Erasmo.
Fora o Vovô Roberto! Fora o Grande Amigo! Fora o Cantor de Iates! Viva o Roberto que fazia cantar ao som do mesmo rádio a empregada doméstica e seu patrão!
Músicas para chorar, pensar, ficar juntinho e claro, dedicar à amada. Este é o Roberto Carlos 1971.
Ouça: Traumas, Amada Amante, Como Dois e Dois (do amigo Caetano) e Todos Estão Surdos

Estaine Alencar

Saturday, April 07, 2007


Transa
(1972- Caetano Veloso)

Mulato bem claro, cabelos grandes encaracolados e magro. Aliás, tão magro que Caetano quando estava de perfil parecia estar de lado, e quando de lado, sumia. Com este disco o cantor e compositor baiano reapareceu abusando de uma verdadeira rebeldia e ousadia para compor um dos melhores discos de todos os tempos.
Transa é o segundo disco em seu exílio em Londres (o artista tinha sido preso e expulso do país pela ditadura militar que governava o país, por tudo que o movimento tropicalista tinha feito e estava fazendo). Uma obra-prima, Caetano Veloso canta em inglês e português, mistura bossa-nova, jazz, samba, música folclórica e rock, numa sucessão de músicas de arranjos vigorosos e que fazem pensar como um artista conseguiu tanta inspiração. Ali está a melancolia, a inquietação, a sensação de estrangeiro e o vislumbre com o "mundo civilizado". Neste trabalho a dor está bem representada em forma de arte. Há também uma sensação de frescor, de novidade e de um choque delicioso nas canções. Uma ponte entre o menino e o velho, um grito que escorre pelas melodias, percussões, violões e por sua voz que estava triste e revoltada.
Ouça: You Don't Know Me, Nine Of Ten e It's Along Way.

Estaine Alencar

Transa
(1972- Caetano Veloso)

Mulato bem claro, cabelos grandes encaracolados e magro. Aliás, tão magro que Caetano quando estava de perfil parecia estar de lado, e quando de lado, sumia. Com este disco o cantor e compositor baiano reapareceu abusando de uma verdadeira rebeldia e ousadia para compor um dos melhores discos de todos os tempos.
Transa é o segundo disco em seu exílio em Londres (o artista tinha sido preso e expulso do país pela ditadura militar que governava o país, por tudo que o movimento tropicalista tinha feito e estava fazendo). Uma obra-prima, Caetano Veloso canta em inglês e português, mistura bossa-nova, jazz, samba, música folclórica e rock, numa sucessão de músicas de arranjos vigorosos e que fazem pensar como um artista conseguiu tanta inspiração. Ali está a melancolia, a inquietação, a sensação de estrangeiro e o vislumbre com o "mundo civilizado". Neste trabalho a dor está bem representada em forma de arte. Há também uma sensação de frescor, de novidade e de um choque delicioso nas canções. Uma ponte entre o menino e o velho, um grito que escorre pelas melodias, percussões, violões e por sua voz que estava triste e revoltada.
Ouça: You Don't Know Me, Nine Of Ten e It's Along Way.