Drácula - O príncipe das trevas

A Hammer foi uma produtora inglesa que se especializou em filmes B de terror . Fundada nos anos 40 , a produtora produziu vários clássicos do gênero e lançou alguns dos mais importantes astros do cinema de Horror , como Vincent Price , Peter Cushing e Cristopher Lee . Esse último começou a trabalhar na Hammer no meio da década de 50 , mas só alcançou o estrelato na década seguinte , encarnando o personagem Drácula numa série de filmes . Depois de abandonar o personagem , Lee ainda faria alguns papéis memoráveis , como no clássico setentista O Homem De Palha (cujo remake eu analisei na última resenha ) . Recentemente lee apareceu nas trilogias Senhor Dos Anéis e Star Wars em papéis importantes .

Anteontem assisti a Drácula - O Príncipe das Trevas , um dos filmes dessa franquia . O filme conta a história de dois casais de turistas que resolvem visitar uma pequena cidade . Ao chegar na cidade vão até uma pequena taverna , beber e descansar . Lá encontram um padre , que os recebe simpaticamente . Ao dizerem que pretendem visitar uma região do lugarejo que tem fama da "maldita" , o padre os aconselha a não irem (até parece que nunca vimos isso antes em outros milhares de filmes de terror ) . Ignorando o conselho do padre por achar que se trata de reles superstição , eles vão . Ao chegar lá , se deparam com um sombrio castelo , e resolvem entrar . Já dentro , eles são recebidos por um sinistro mordomo , que diz que o seu patrão faleceu , e deixou ordems para que os hóspedes fossem bem tratados (?) . Ele serve o jantar e depois os leva aos quartos para repousarem . Apesar de acharem o lugar estranho , eles resolvem pernoitar . Acabam descobrindo , da pior maneira possível , que o Conde Drácula , dono do castelo , não está tão morto assim ...

Despretensioso e correto , o filme é um entretenimento eficaz , e nada além disso . Com um roteiro simples , interpretações competentes ( coisa cada vez mais rara nos filmes do gênero ) , uma boa direção de arte , e uma direção segura , o filme cumpre o seu papel , e só . Não existe nenhum momento antológico ou acima da média . O que de fato vale o filme , é ver o sempre brilhante Lee , no papel do "pai de todos os vampiros" . Mesmo sem nenhuma fala , Lee dá um ar sombrio e singular ao personagem , numa atuação memorável . Não é a tôa que Tim Burton , George Lucas e Peter jackson são tão fãs do cara .

Alexander Ribeiro

O Sacrifício

Eu costumava ter rejeição a remakes . Achava completamente desnecessário refilmar algo , quando existem milhares de roteiristas em hollywood que podem ter boas e novas idéias . Considerava uma atitude oportunista e puramente comercial , já que é muito mais viável e financeiramente seguro pra uma produtora investir na refilmagem de um antigo sucesso , ao invés de se arriscar na produção de um projeto novo e inédito . Além disso , os remakes costumam ser , em sua grande maioria , muito ruins . Porém , depois de assistir aos recentes(e boms) Horror Em Amytiville e Viagem Maldita , e descobrir que os ótimos Cabo Do Medo de Martin Scorsese , e Scarface de Brian Depalma são remakes , deixei de ser tão radical . Descobri que um remake pode sim resultar num bom filme , além de recriar um filme antigo e relevante para uma platéia jovem , que não tem interesse em pesquisar filmes antigos . Em alguns casos , esses remakes podem até superar os originais em qualidade , como os dois primeiros exemplos , que aperfeiçoaram "clássicos" do terror que nem eram tão bons assim .

O Sacrifício de Neil Labute ( A Enfermeira Betty ) que acaba de ser lançado em DVD , é o remake do clássico suspense inglês O Homem De Palha , que tinha Cristopher Lee ( o eterno Drácula ) como protagonista , substituído no novo filme por Nicolas Cage . Trata-se de um bom e honesto remake , ao contrário das péssimas ( e infundadas ) críticas que recebeu .

O Filme conta a história de Edward Malus (Cage) , um policial rodoviário de uma pequena cidade da California , que presencia um trágico acidente de carro , em que morre uma garotinha .Bastante abalado , ele tira uma licença do trabalho . Nesse período , recebe uma carta de sua ex-noiva Willow , dizendo que precisa de ajuda para encontrar sua filha , que desapareceu . Depois de ver a foto da garota ( que lembra muito a garota do acidente) , Malus resolve ajudar willow , que mora numa pequena Ilha .

Ao chegar na Ilha , Malus descobre que alí reside uma estranha comunidade , formada em sua grande maioria por mulheres . Cheia de estranhos costumes , crenças e segredos , a comunidade começa a deixar Malus cada vez mais intrigado e certo que eles sabem o paradeiro da filha de Willow . Com o progresso da investigação , Malus faz uma aterradora descoberta final .

Como nunca assisti o original , não tenho como dizer se O Sacrifício é tão bom quanto o original , ou se deixa a desejar em comparação ao primeiro . Mas de qualquer forma é um bom e instigante filme de suspense , que tem como pontos altos a excelente direção de arte , e o crescente clima tenso e angustiante criado pelo diretor , que culmina no aterrador final . A relação entre as a comunidade e a comunidade das abelhas que o roteiro levanta é bem interessante . Apesar de um pouco over em alguns momentos , Nicolas Cage está ótimo como de costume . Ellen Burstyn (O Exorcista , Réquiem para Um Sonho) está assustadora como a Irmã Summerisle , chefe da comunidade que vive na ilha . Sem dúvida , uma das maiores (e mais injustiçadas) atrizes americanas da sua geração , Ellen entrega mais uma grande e memorável atuação . A trilha sonora também merece créditos . Certamente inspirada na trilha sonora do filme original , ela cria um bom clima setentista , que com certeza remete ao original . Um bom filme . Assista .

Alexander Ribeiro .

JOGOS SANGRENTOS

JOGOS SANGRENTOS

Ontem assisti ao filme Jogos Sangrentos . Admito que fui vê-lo esperando uma grande porcaria , já que o título nacional soa bastante oportunista , e sugere uma imitação de Jogos Mortais . Só o aluguei porque queria ver um filme de terror e não tinha nada mais interessante disponível na locadora . Mas o filme acabou se revelando um bom entretenimento , e não é oportunista como aparenta .

Jogos Sangrentos conta a história de uma mulher que é sequestrada por um psicopata que vive numa floresta , que a leva a fazer um teste (bastante doentio , e que remete a jogos Mortais , mas a semelhança fica por aí ) para provar pra ele que ela está disposta a viver . Após passar no teste , ele a leva pra viver num pequeno acampamento , Onde a obriga a cuidar de uma horta e a fazer o serviço doméstico .

Após uma frustrada tentativa de fuga , ela acaba se conformando a ficar no acampamento , alimentando a esperança de que ele a deixe sair dali algum dia para reencontrar sua filha , da qual não tem notícia desde seu sequestro .

Totalmente filmado em câmera digital , o filme conta com um orçamento modesto , e elenco reduzido . Apesar do roteiro não ser tão bom assim , os diretores (uma dupla) souberam criar um clima tenso e angustiante que não chega nem a ser abalado pela fraca capacidade dramática

da atriz principal . Não tão gore quanto a capa do DVD sugere , o filme também não chega a ser leve . Existem cenas fortes e escatológicas que vão chocar os mais impressionáveis . O final é bastante impactante , e acho que ainda vai permanecer na minha cabeça durante um tempo .

Enfim , um filme para quem gosta de emoções fortes . Mas pra quem gosta de espetáculos gore como O Albergue e Jogos Mortais , um aviso : o filme deixa a desejar em sangue e tripas .

Alexander Ribeiro .